O tempo em que celulares
não poderiam ser usados em sala de aula estão chegando ao fim. A resistência
dos professores e escolas em aceitar o uso destas tecnologias poderá atrapalhar
um grande avanço na inclusão de alunos com deficiência auditiva, pois a cada dia são criadas novas tecnologias para facilitar esta inclusão.
Maria Aparecida (foto cedida pela professora) |
Quem poderia imaginar que um dia seria criado algo que
traria voz e ouvidos àqueles que nasceram sem nunca ter pronunciado uma palavra
ou ouvido uma só voz? Pois então, chegou
este momento.
Pode estar chegando ao
fim a dificuldade de um aluno com deficiência auditiva ser alfabetizado. Este é
só um começo que levará o aluno futuramente se virar sozinho na sala de aula
sem ajuda de uma pessoa para traduzir.
A quê isso se deve? Nada
menos do que a criação de uma voz artificial que começa a aparecer em alguns
aplicativos e prometem dar um salto nas tentativas de inclusão. Já alguns vêm
trazendo premiações a seus criadores como é o caso do HandTalk, um aplicativo
brasileiro para celulares e tablets que
recebeu premiação WSA-Mobile da ONU e foi considerado como melhor APP social do
mundo. Ele traduz qualquer frase em português para Libras. Seus criadores
acreditam que será um grande passo para que as muitas crianças com deficiência
auditiva tenham um maior interesse pela escola.
Além do HandTalk,
existem vários outros aplicativos que são usados individualmente pelos
portadores da deficiência, como o “Giulia”, trazendo mais facilidades para se
alfabetizarem e interagir com o mundo.
Já existem alguns professores
usando as novas tecnologias, tanto para alfabetizarem quanto para
evangelizarem.
Aplicativo
HandTalk (Foto tirada pelo autor)
|
A professora Maria concilia dois aplicativos especiais
que dão um grande reforço em seus métodos: “HandTalk” e “Giulia” que conseguem
realizar a comunicação de Mário com a professora os outros alunos. Ela pediu
permissão para usar o “HandTalk” e “Giulia” em seus métodos como teste para
ajudar incluir Mário na turma e além de ter tido bons resultados, tem trazido
diversão entre os alunos. Mário tem sempre seu celular em mãos. Assim como ele,
outros alunos também passaram a levar celulares ou tablets para conversar com o
amigo.
Mário tem se desenvolvido bastante e cada vez mais
melhora sua prática no uso dos aplicativos. Maria ainda tem uma monitora para
orientar o aluno para que haja mais agilidade no acompanhamento da aula dada a
uma turma de ouvintes. Uma desvantagem do HandTalk é que ele ainda não faz o
reverso (passar a linguagem de libras para o português), apesar de que seus
criadores já estão focados neste novo desafio.
Já o “Giulia” (mãos que falam) tem um dispositivo capaz
de captar os movimentos feitos com as mãos e traduzi-los em som pelo aparelho
celular. Os aplicativos têm dado a Mário facilidade para comunicação como nunca
houve antes na história de alfabetização de deficientes auditivos em turmas de
ouvintes, e também o ajuda a se comunicar com os colegas em horários de
intervalo e fora dos horários de aula.
Contamos agora com um novo desafio: Fazer com que estas
tecnologias possam ser aceitas nas escolas como novos métodos de ensino para
inclusão. A prática poderá nos levar a um melhor desenvolvimento das técnicas e
através das críticas e sugestões quem sabe se tornar o principal método de
inclusão.