segunda-feira, 28 de agosto de 2017

TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O tempo em que celulares não poderiam ser usados em sala de aula estão chegando ao fim. A resistência dos professores e escolas em aceitar o uso destas tecnologias poderá atrapalhar um grande avanço na inclusão de alunos com deficiência auditiva, pois a cada dia são criadas novas tecnologias para facilitar esta inclusão.

Maria Aparecida (foto cedida pela professora)
Quem poderia imaginar que um dia seria criado algo que traria voz e ouvidos àqueles que nasceram sem nunca ter pronunciado uma palavra ou ouvido uma só voz? Pois então, chegou este momento.
Pode estar chegando ao fim a dificuldade de um aluno com deficiência auditiva ser alfabetizado. Este é só um começo que levará o aluno futuramente se virar sozinho na sala de aula sem ajuda de uma pessoa para traduzir.
A quê isso se deve? Nada menos do que a criação de uma voz artificial que começa a aparecer em alguns aplicativos e prometem dar um salto nas tentativas de inclusão. Já alguns vêm trazendo premiações a seus criadores como é o caso do HandTalk, um aplicativo brasileiro para celulares e tablets  que recebeu premiação WSA-Mobile da ONU e foi considerado como melhor APP social do mundo. Ele traduz qualquer frase em português para Libras. Seus criadores acreditam que será um grande passo para que as muitas crianças com deficiência auditiva tenham um maior interesse pela escola.
Além do HandTalk, existem vários outros aplicativos que são usados individualmente pelos portadores da deficiência, como o “Giulia”, trazendo mais facilidades para se alfabetizarem e interagir com o mundo.
Já existem alguns professores usando as novas tecnologias, tanto para alfabetizarem quanto para evangelizarem.
Aplicativo HandTalk (Foto tirada pelo autor)
Ressaltamos aqui a prática de uma professora (Maria Aparecida) do ensino fundamental que leciona para crianças do primeiro e segundo ano, que apesar da escola não ter ainda adaptado os planos de aula à nova tecnologia, a professora possui um aluno (Mário) com deficiência auditiva e está aos poucos tentando se adaptar com o uso das tecnologias para facilitar o ensino a ele, pois o aluno se mostra bastante interessado em aprender. A turma tem em média 7 anos de idade assim como Mário. Sem uma ajuda especial, Mário não conseguiria aprender, principalmente tentando acompanhar uma turma de outros alunos ouvintes.
A professora Maria concilia dois aplicativos especiais que dão um grande reforço em seus métodos: “HandTalk” e “Giulia” que conseguem realizar a comunicação de Mário com a professora os outros alunos. Ela pediu permissão para usar o “HandTalk” e “Giulia” em seus métodos como teste para ajudar incluir Mário na turma e além de ter tido bons resultados, tem trazido diversão entre os alunos. Mário tem sempre seu celular em mãos. Assim como ele, outros alunos também passaram a levar celulares ou tablets para conversar com o amigo.
Mário tem se desenvolvido bastante e cada vez mais melhora sua prática no uso dos aplicativos. Maria ainda tem uma monitora para orientar o aluno para que haja mais agilidade no acompanhamento da aula dada a uma turma de ouvintes. Uma desvantagem do HandTalk é que ele ainda não faz o reverso (passar a linguagem de libras para o português), apesar de que seus criadores já estão focados neste novo desafio.
Já o “Giulia” (mãos que falam) tem um dispositivo capaz de captar os movimentos feitos com as mãos e traduzi-los em som pelo aparelho celular. Os aplicativos têm dado a Mário facilidade para comunicação como nunca houve antes na história de alfabetização de deficientes auditivos em turmas de ouvintes, e também o ajuda a se comunicar com os colegas em horários de intervalo e fora dos horários de aula.

Contamos agora com um novo desafio: Fazer com que estas tecnologias possam ser aceitas nas escolas como novos métodos de ensino para inclusão. A prática poderá nos levar a um melhor desenvolvimento das técnicas e através das críticas e sugestões quem sabe se tornar o principal método de inclusão.